Khin, O Pequeno Samurai # 1

Bom domingo, confrades!

Fevereiro é o mês mais "piscou, perdeu" do ano, então, vamos começar cedo! Desta vez, trazemos um tipo bem desconhecido, dos cafundós exatos de 1990. Alguém aí lembra do Pequeno Ninja?

 

Esse aí de cima. Em 1990, os ninjas eram uma moda mais chiclete que PLOC e Bubbaloo juntos, não em pequena parte graças ao Jiraiya, o Incrível Ninja. Tudo que era canal se encheu de filmes de ninjas e artes marciais, meninada enchendo o saco dos pais e mães pra fazerem cursos de karatê que iriam largar depois de um mês e cada loja de brinquedo ganhava às tampas vendendo espadinhas e shurikens de plástico. Tinha até o programa do Mestre Kim (que virou revistinha também)!

Vou deixar os detalhes pra outra ocasião, porque o personagem vai ter seu próprio post um dia, mas, resumindo a história: O editor da Editora Ninja quis garantir o dele nessa farofada ninja que o Brasil virou e o Pequeno Ninja foi criado sob encomenda por Tony Fernandes e Wanderley Felipe. Sucesso quase imediato. O editor cresceu o olho e registrou indevidamente o personagem, passando a revista para outra equipe. Treta com os criadores rolou e o cara comprou os direitos do personagem, pra não largar o osso, e continuou a lançar as revistas o quanto deu. 

Antes do cancelamento, o quadrinho acabou gerando dois spin offs. Se o título não foi dica o bastante, vamos falar do primeiro deles. Toma-lhe Khin! Ele não chega ao seu joelho, mas ainda pode pénabundar você até pedir penico!

Ah, sim, se quer entender o que pândegas está se assucedendo aqui, você pode querer tirar um tempo pra ler a edição dois de As Aventuras do Pequeno Ninja, a segunda versão da revista do moleque. A primeira, você confere aqui.

"O Início da Aventura"

Depois de sacanear o ninja azulão e seu pet chato na edição dois de sua própria revista, Khin e HAKAI resolveram parar de bancar os fantasmas trapalhões no Japão e arrumaram um conveniente templo japonês no Brasil pra se instalar e ficar mais perto dos novos amigos. Porque o povo japonês tá muito ocupado desenhando mangá de artes marciais em vez de, na verdade, praticar o esporte. Tudo está muito bem, é hora do chá com biscoitos, até que...a tormenta se avizinha?

Pior, é um bruxo atormentado tacando raios nervosos na galera! Ele exige ter seu medalhão de volta e, para provar que está falando MAIS sério, manda seus parademônios subnutridos cuidarem dessas crianças enxeridas e do cachorro. Ei, estagiário do Darkseid, se você zerar só o cachorro, eu aposto que eles te entregam o medalhão, o bicho é muito mala.

Khin nota que o Gargamel japonês está menos poderoso sem seu amuleto smurf e o desafia a vir pegá-lo...até tropeçar numa pedrinha inconveniente bem atrás de seu pé. O bruxo dispara um raio certeiro exatamente no amuleto, que rebate na cara dele aumentado dez vezes! Khin pode saber o kaioken ou o velhote nebuloso só queria deixar tudo quite no departamento de coincidências ridículas, mas nada de ficar lá pra descobrir! Quando ele se manda, temos um pouco de sossego pra assistir ao flashback e entender como, com mil raios duplos, isso começou.

Muitos e muitos anos atrás, os samurais mirins moravam num castelo japonês e defendiam o lugar e o povo que residia em volta contra invasores, cobradores e a Aracy Balabanian. Eu reclamaria do trabalho infantil, mas, eles viviam num castelo e o único movimento era o das nuvens...e elas trouxeram aquele bruxo lazarento, que veio pagar de manda-chuva e exigir que todo mundo escute e faça o que ele quer. Tá achando que está onde, no Big Brother?

Com os transeuntes de sidekicks, Khin e HAKAI saem na pêia contra os demonhos escrotos! Taí, deve ser um dos poucos exemplos em que o povo oprimido parte pra porrada em vez de aceitar na boa os desmandos de um tirano bocó. Em tempo, o herói desta revista se enche do Shang Tsung de feirinha de terça-feira e nota o quanto ele está esfregando um amuleto cabreiro. Já sacaram o plano, né?

Com uma precisão digna de Jason Statham, Khin acerta o medalhão de bronze! O Bruxo Baratuxo está fulo, porque bronze foi o máximo que ganhou na olimpíada anual dos bruxos e o quer de volta! HAKAI pensa em dar um HAKAI no troço antes disso, mas, quando Khin o toca, "um portal no tempo se abre e..."

Bom, já deu pra entender. Todavia, diferente do Aku, o bruxo sobe nas tamancas e mergulha no portal. Com seu exército. Arrastando Khin e HAKAI junto! E vão parar no presente. Digo, passado, faz 3 décadas já! Nossos samurais vão estar preparados se der a louca de novo e o velho reaparecer, contudo, como ele NUNCA volta depois desse número, deve ter achado um emprego bem melhor. Talvez dono de emissora de TV, que é mais negócio em nosso país.

"O Assalto"

Khin e HAKAI decidem parar um assalto! Os assaltantes estavam assaltando a si mesmos, mas não curtiram ser interrompidos. Deram azar, porque, na Editora Ninja, se você arruma treta com crianças vestidas de artista marcial, você passeia de ambulância antes de ir em cana.

"Exercício pro pescoço"

ADVERTÊNCIA: Pendurar um tijolo no cabelo faz mal para o pescoço. E pra cabeça. Dos outros.

"A Grande Luta, nô?"

Um lutador de sumô estereotípico tenta suicídio! O pobrezinho quer ganhar a mão da filha do chefe, no entanto, quando soube que teria de peitar o Tong Po, perdeu os parafusos! Entendível, ninguém abaixo do Van Damme peitaria o Tong Po e ninguém é louco o bastante pra treinar um suicida.

Como se tivessem uma placa com "Ninguém" escrito no pescoço, nossa dupla topa o desafio. Após duas páginas de montagem de treinamento e de derrotar o Jotalhão, o honorável Simpato Yamazaki se sente pronto pro combate! Ele só está se esquecendo que não está lutando contra o Chapolin e que Tong, além de roubar a garota, sempre tem um truque sujo na tanga. Pensamento positivo, cara, às vezes, o perdedor é o maior vencedor!

"Fantasmas"

Khin e HAKAI vão ao Mc Donalds pela primeira vez na vida, junto com seu amigo figurante de boné que nunca mais vai aparecer. Pra ele se sentir um pouco melhor, vamos chamá-lo de Jaime. HAKAI dá um HAKAI no catchup por acidente e acaba com a festa. Porcaria de século XX, com seu molho de tomate em tubo, pão com carne em caixa, plano cruzeiro e dinheiro voador... Êpa, parou esse negócio!

Ou a inflação tá espantando o dinheiro ou tem fantasma nessa parada. Apesar de acreditar mais na primeira opção, o trio resolve investigar. Eles seguem até O Armazém™, uma fábrica de armazéns abandonados. Precisa de um armazém pro seu esconderijo? Peça no Armazém™! Nossos heróis e o Jaime chegam no lugar, mas encontram nada. Como é só um extra, Jaime leva uma cassetada na cabeça, enquanto os samurais tentam não tropeçar no vazio. Carambinha, é fantasma!

Ou talvez não. Recado ao fabricante de produtos do mal: Dê um nome ao produto antes de pôr à venda. Mesmo ladrões pés-rapados são clientes! Como é sua única história, Jaime precisa merecer o cachê de 10 mangos e desmascara a bandidagem, que viram alvo fácil da dupla nipônica! Viu só? Fantasmas não existem. Porém, talvez fosse bom não dar HAKAI na tinta invisível antes da polícia chegar...

Khin Nº 1.

Então, o dono da Editora NINJA achou que seria uma boa criar uma revista irmã de seu personagem infantil, mas com um samurai em vez de um ninja? Bom, deu certo o bastante para Khin ganhar mais 3 edições e um almanaque. 

O começo é bom, historinhas simpáticas. Vou deixar a opinião final para depois de postar as 3 revistas que restam. O almanaque é só republicação de histórias, então não compensa. Vou mudar a ordem das coisas um pouco: uma revista diferente semana que vem, outra do Khin na próxima. Pra ninguém ficar enjoado de tanto samurai. 

Principalmente eu.

Queria dizer também que não vou sempre resenhar coisas que já estão na rede, à disposição de todo mundo, salvo exceções. São algumas revistas que tenho que, pelo que vejo, não tem em canto algum e vou disponibilizar. Ou, se já tem para download, vou tentar providenciar um scan melhor.

Terminamos por hoje. Mais na semana que vem, pessoas!