Almanaque dos Cybercops

Muitas e muitas luas, sóis, dias, gripes e idas à terapia, voltamos. Falando nisso, não, não deu praia. Talvez na próxima.

Ninguém se importa, já que meses antes ninguém comentava, mesmo, mas, enfim! Não garanto que posso postar todo mês, mas, tentarei, na medida do possível. Obrigado, fantasmas, pelo menos vocês estão aí!

Em tempo, natal está há poucas semanas, fim do ano também, então, vou deixar um presentinho aqui. Quem teve infância nos anos 1990 lembra da Heróis da TV? A revista foi (re)lançada em 1992 como um retool da revista do Jaspion, que durou 12 edições, e aproveitava o último "boom" dos enlatados japoneses live action antes dos animes e os Power Rangers acabarem com tudo. Além da continuação das histórias que ficaram penduradas na revista do Jaspion, a nova publicação trazia histórias dos chatíssimos Maskman sem lutas de robôs, do Spielvan, o Jaspion de R$ 1,99, do lesgalzin Black Kamen Rider, mais os Changeman apanhando de vilões aleatórios e, por fim, os Cybercop, os Policiais do Futuro do Pretérito.

A Heróis da TV foi publicada de 1992 a 1993 até ser cancelada no número 13 e a última coisa relacionada a sair foi um almanaque bisonho do Spielvan. Por sinal, a edição 13 era do Spielvan também. Azarão do k-7.

O Sydney Gusman me tirou algumas dúvidas rápidas no Facebook, mas, resumindo, a Abril estava fazendo um bocado de caca devido a gerenciamento ruim, decisões de marketing ruins, os leitores mudando de preferência etc. Em um ponto, a Abril jogou montes de originais de seus quadrinhos infantis literalmente na rua, pra quem quisesse pegar. Phoda, hein? Se tinha original da HdTV ali, foi pro brejo. Pois é, foi bom enquanto durou.

Voltando, Cybercops! Eles estrearam depois de Spielvan e cia, mas já estavam fazendo bem mais sucesso que eles e, na edição 8, já tinha história dos caras. Mas, o verdadeiro item de colecionador era o Almanaque dos Cybercop! A HdTV gerou três almanaques. O primeiro, parte da série dos Almanaques Abril Jovem, dá pra achar em qualquer lugar, porque eles tinham toneladas dessa edição circulando de novo e de novo. O terceiro foi o do Spielvan, e quanto menos falarmos dele, melhor. Também moleza de achar. O segundo, porém, foi o Almanaque dos Cybercop...que, por incressa que parível, nunca foi reimpresso e, quem tem, não larga o osso!

Só que, depois de uma busca fidumégua, enfim, deu pra encontrar um cara decente que quisesse vender. Então, trago aqui, em primeira mão! Ou não, se você achou pra baixar, que legal, eu precisei correr atrás.

Aliás, eu não vou explicar quem são os Cybercop. É uma série de 1988/1989 sobre policiais de 1999/2000 que usam armaduras e explodem robôs. Pronto. Vamos à revista!

Seu Nome é Bio-Harkos!

A história de abertura tem o personagem-título acordando na base da Destrap. Obviamente. E nem bem levanta, o Barão Kageyama já demanda serviço e quer que ele vá destruir os malditos Cybercop! É uma revista brasileira e o Barão não tem tempo para seu teatro de vilão misterioso. Mais desorientado que bêbado em praça, Bio-Harkos não sabe nem que horas são em Araçoiaba da Serra, quanto mais quem são os Cybercop!

Tá, recapitulando: Os Cybercop são os Policiais do Futuro e lutam contra a Destrap, que quer puxar o tapete de Tóquio e dominar o mundo para os computadores. Uma coisa leva a outra. Bio-Harkos é uma combinação dos esforços de Madame Darwin, a furry, Dr. Einstein, o testudo de muito cabelo, e Dr. Ploid, o testudo de pouco cabelo. Nunca me perguntei porque tinha de ser um Harkos quando os Ominous eram mais legais ou só usar um design neutro pra dizer que era trabalho dos três, e não vou perguntar agora. Enfim, Bio-Harkos não pode, porque ele é bonzinho, vê tudo verde e segue as leis da robótica.

Já tive esse problema com meu 3DS XLL, mas, reformatei o cartão de memória.

Kageyama ordena que se faça o mesmo com esse bio-robô vegano pacifista, mas, ter uma base secreta com um elevador que dá para um bueiro no centro da cidade têm seus problemas. Enquanto os civis fogem, a Cyber PM chega! E Marte responde como um PM brasileiro responderia.

E era toda a gravação na memória de Bio-Harkos, antes de apagar e acordar numa mesa outra vez, mas em outra base secreta! Base secreta em Tóquio é mais barata que quitinete, até a polícia tem! Tomoko joga areia na festa do Akira, que está se gabando de ter socado alguém que não reagiu. Enquanto Takeda dialoga sobre os direitos dos robôs, BH levanta, desorientado de novo e promete que não vai fazer nada se os tiras não baterem nele outra vez. Esta história tem uns 30 anos e, ainda assim, parece um noticiário de hoje.

Tomoko e Takeda tranquilizam o bom rapaz cibernético, dizendo que só querem acabar com a Destrap porque eles são como o Talibã, mas focado no Japão. Sendo assim, beleza, BH topa levá-los direto até a base! Delação premiada, gente. Nosso adorável andróide traz os Cybercop a um círculo verde no fim da página 13, que esgoto de gibi é limpinho. A entrada da primeira base da Destrap era pelo esgoto, só dizendo. Porém, antes que se possa dizer "Tá na hora do Cybercard", um Garoga pula do esgoto e gruda em BH! Esgoto japonês de gibi é limpinho, mas ainda é perigoso!

Lá na Destrap, Ploid se gaba de usar um Harkos pela primeira vez e Kageyama só quer encerrar o dia, porque sabe que alegria de vilão dura pouco. BH agora tem olhos vermelhos DUMAL e distribui porrada sem distinção! Júpiter quase consegue um diálogo, mas, Marte estraga tudo e ganha um POC de presente! BH junta o pouco de verde que tem nos olhos e demanda ser despachado como um bom monstro da semana. Sem remédio, Júpiter acaba com ele no que é a sequência mais sem graça de invocação da Cyber Força já feita. Sério, o Watson Portela não era o melhor desenhista da HdTV, mas ele tava desenhando essa história com uma má-vontade do caramba.

A cabeça do BH tá mais ou menos inteira e ele ainda consegue se despedir do amigo Takeda antes de ir pra terra dos parafusos juntos. Sério, precisando de um abraço aqui! A título de informação, as Leis da Robótica:



Uma Ninja em Minha Vida

Saturno passa Uma Noite no Museu. Só que, em vez de viver loucas confusões com Robin Williams e Owen Wilson, ele tem de vigiar uma espada velha chamada Nobutora, que um tal Benin Parx tentou roubar no século passado. Yep, aquela Nobutora. Um pouco de trívia: A Abril Jovem não detinha os direitos de Jiraiya, Jiban, Flashman e outros na época. Eles nunca puderam aparecer na HdTV, mas, havia menções aqui e acolá. Em tempo, Saturno ignora que ele é um personagem da Tsuburaya fazendo referência a um personagem da Toei e só quer que esse plantão acabe, porque nada de interessante vai aparecer.

Exceto uma kunoichi com uma kusarigama e roupa bem justa. Ryoiti AMA plantões! E a ninja ama espadas, então pega a Nobutora e se manda. Como está com sua cyber-voltwinder, Saturno deixa a gata amarradona (sem piada), só que ela se safa com uma bomba de poeira magnética. Não levou a espada, mas também não deixou o telefone!

De volta ao ZAC, Yazawa baixa a ficha da moça: Jonin "Kyoko" Kyoketsu. Ryoiti procura o status dela no Facebook Dating: solteira! E bem há tempo do Capitão mandá-lo para outro plantão no museu. Quando a sorte encontra um cyber-buquê de flores e a oportunidade de sair do zero a zero! De volta à cena do crime, Saturno tem uma nova chance de xavecar Kyoko que, apesar de ser uma ninja sem espada laser e armadura, prontamente chuta a bunda do cybercop. Ser ninja era quase um super-poder nos anos 1990. Mas, quando parece que a patricinha marcial iria se pirulitar, Crossbow Ominous ataca.

A Destrap anda sem verba pra repor os robôs que o Júpiter ensaca e precisa vender qualquer quinquilharia alheia que der no Mercado Livre. Sério, é a resposta dada na história. Menos a parte do Mercado Livre. Talvez.

Como está muito pimpão com a cyber-slashcaliber hoje, Saturno está com tudo pra defender seu encontro! O problema é que ele não está acostumado a derrotar o robô da semana e tá tomando uma pêia. Felizmente, Kyoko dá uma mão com outra bomba magnética, dando tempo ao nosso herói de ter sua segunda vitória solo! Oficialmente, ele derrotou só um Harkos na série, mas, vou contar como segunda vitória. Tá, mas, pra quê tu queria a espada, mulher? Porque é bonita e ela gostou.

Justo. Mas, não vai levar. Significa que o Ryoiti também não precisa prendê-la. Vamos ignorar que tentativa de furto também dá cana. E já que ela deu uma mão com o Ominous, Saturno dá a ela sua slashcaliber (que é do Mercúrio, aliás) como agradecimento...junto com um cineminha. Tá amarradona (com piada)! Topou? Tá topado!

Vamos à última!

Memórias de Lúcifer

Sabe, considerando o contexto que o nome "Lúcifer" traz, eu até entendo porque fizeram do "quinto cybercop" um maloqueiro piadista nos quadrinhos. Nossa terceira história... é mais um recap com director's cut da história do Lúcifer na série. Ele era um dos guerreiros da rebelião contra os computadores Apple no século XXIII, sendo que a humanidade prefere o Windows 10. Diabos, tem gente que ainda prefere o XP!

Os rebeldes lutavam pela posse da Torre Babilon, Lúcifer pegou Z-226 (vulgo Júpiter) "plantando uma bomba" e a explosão jogou eles nos anos 1999. Daí, nosso bom rebelde virou dumal só pela oportunidade de mandar o traidor lazarento pra casa do catete! O que me lembra que a máscara do Lúcifer era mais legal antes. E que o Cassaro desenhava uma Madame Darwin mais bonita que o Portela.

O resto da história é uma versão resumida do episódio "A Hora da Verdade", com o duelo final de Júpiter e Lúcifer, sem mais a acrescentar. Exceto talvez pela melhor cena de invocação da Cyber Força já desenhada! O Cassaro tinha alguns vícios no traço, como dedos das mãos juntos, poses de corrida repetidas etc, mas, quando queria, o cara entregava uma cena bonita!

A história termina com o Júpiter interrompendo o recap pra perguntar se ele e Lúcifer finalmente podem ser brothers. Tá, mas, não espalha, a Doutora Carol se amarra num lobo solitário!

Almanaque dos Cybercop.

E foi isso. Malz pela qualidade. O Almanaque conta com apenas três histórias, mas, trazia um adicional: Fichas de Personagens! Porque havia essa mania besta de botar ficha de personagem em tudo naqueles tempos, mas, boa distração. As fichas não falam muito além do óbvio mostrado na série e ao menos as ilustrações são legais. Eu lembro de ter ficado um tanto chateado de não haver ficha da Tomoko. Que injusto!


Rememorando: O orçamento da série original era baixo e não deu pra incluir a unidade Vênus, apesar de haverem imagens oficiais da armadura amarela da Tomoko. Fora isso, houve uma Vênus nos fanzines oficiais (que não era a Tomoko) e, na edição 16 da HdTV, tivemos nossa própria versão da Vênus. Parecendo uma heroína de quadrinho americano, mas, ei, a Tomoko conseguiu, nem que fosse por uma edição! Queria que tivesse havido pelo menos mais uma história com a Vênus. Acho que o Cassaro não queria bolar uma desculpa pra porque essa armadura nunca apareceu na série de TV.

Sobre as histórias...

A primeira é, na verdade, uma boa história com um ponto de vista interessante, já que a maioria da vida artificial da série é um bando irredimível de fascínoras (SPOILER - pelo menos até os dois últimos episódios - SPOILER). O que mata mesmo é o traço sem vontade do Portela aqui, mesmo mais sem graça que na revista principal. Sério, os moleques da época não deviam notar, mas, vendo hoje, o desenho não tinha emoção nenhuma, parecia que o cara estava desenhando por obrigação e só.

A segunda tem o nosso velho conhecido Aluir Amâncio no traço. Quem pensaria que o cara que hoje é character designer na Warner Bros e já fez histórias do Superman e do Batman (e do Jaspion) teria feito uma historinha simpática com o melhor cybercop? A referência a um personagem de Jiraiya me deu um discreto sorriso.

Apesar de ser só uma recapitulação sem-vergonha, o encerramento do almanaque foi decente o bastante e bem trabalhado. Quase como um guia para os pontos principais sobre o personagem do Lúcifer (bem melhor que a "ficha de personagem", eu diria). O que me lembra, esta é a única história do Lúcifer feita pela equipe da HdTV em que o Júpiter apareceu. Por alguma razão, as histórias do Lúcifer giravam só em torno dele, com ninguém mais além de robôs casuais da Destrap e da Doutora Carol, uma OC do Cassaro, que provavelmente tinha algo não resolvido por uma professora de biologia. Mas, não vou perguntar a ele no Twitter, duvido que ele lembre de algo com quase três décadas de idade.

...

Êita, o tempo passa sem dó.

É isso, galera. Eu tenho muitos projetos pra cuidar ultimamente, mas, de vez em quando, trago uma coisa aqui pro blog pra animar...quem quer que se digne a vir conferir.

Pras poucas pessoas que vêm, desejo um feliz natal e um próspero ano novo!


Inté!

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