Andrea, a Repórter Nº 3

Olá a todos! Como está o fim de semana? Sem muito o que dizer do meu lado.

Acho que toda a trívia que podia ser adicionada com relação ao Aluir Amâncio foi dita. Então, vamos agora a terceira e última edição de Andrea, a repórter que está quase entrando para a polícia, já que não consegue convencer o Inspetor a contratar mais efetivos!

"Operação Thunderbolt - Capítulo 1"

Estamos na redação da Arquivo, a Revista. Como é a última edição, há sérias restrições orçamentárias e nossa heroína tem de digitar num Pense Bem ao invés de num computador noventista. Aproveitando as pausas do Casseta & Planeta, Beto Silva aproveita sua única ponta na revista como chefe de Andrea para nos lembrar que ela não trabalha para o Inspetor e despacha a garota para investigar bandidos yankees que roubaram um isótpo radioativo e calharam de fugir justo pro Brasil. Porque, sabe, eles poderiam ter ido para um local mais remoto e improvável. 

Há exatos setenta quilômetros de Sampa, Andrea se pergunta duas coisas: porque as queimadas do Amazonas também fugiram pra lá e como Al se materializa ali na página seguinte. Nosso fotógrafo também está no caso e relatos dizem que a treta foi feia: três bandidos gringos com armas de festim, contra cientistas que podem criar um reator de fusão com um botijão de gás, um bombril e o boné do Pateta. 

Há algo de podre no ar! Andrea se oferece para pô-los na base dos cientistas, depois de alguns telefonemas com o celular que ela vai improvisar com uma caixinha de fósforo, um copo de vidro e a revistinha do Pica Pau. Al não é o MacGyver, mas resolve ser um menino independente e dar seu jeitinho, saindo dramaticamente de cena. 

Minutos depois, Andrea já deu uma carteirada de repórter pra se infiltrar na base da Destrap! Os Cybercops deveriam ter pensado nisso. O cientista velhinho gente fina explica que o propósito de construir uma base obviamente má às pressas é para cuidar dos bandidos expostos à radiação. É claro. Andrea larga o velho, é confundida com um estagiário e arrastada pelo Marcelo Madureira, que manda a real: o isótopo já era e o que sobrou pode estar nos corpos dos três bandidos. Dois bandidos e um inocente, aliás. Adivinhe quem é a vítima dos experimentos?


Nossa heroína precisa fazer algo a respeito! Nesse momento, Al usa seus poderes de aparecer livremente em cena para estragar o disfarce, dedar a identidade dos dois e colocar a segurança do lugar em cima deles. Não era bem essa a ideia da Andrea... Eles conseguem se livrar dos soldados humanos, mas estão prestes a enfrentar algo pior: Ivo Holanda! Conseguirão eles sobreviver à babaquice?

Pausa rápida para ver como anda o elenco de apoio.


Rocky troca de garota mais rápido do que o Tommy alternava entre verde, branco, vermelho e preto. Nessa, ele já passou por cada garota ranger, até a Trini! Tudo muda quando ele encontra ela: a loira emburrada. Será que com essa vai? Se vai ser um pé na bunda, ao menos mostra se seu dedão faz o tipo dele!

"Fidelidade a toda prova"

Marcão, o Xaveco da turma, tem um encontro com Glorinha, um redux da Carminha Frufru. Ele se dá mal e ela o troca pelo Ricardão, mas, pontos pela força de vontade, amigo. Lembre-se, amor de verdade é como a Mega Sena: vem para poucos.


"Disco Riscado"

Rocky riscou o disco da Bel. Antes dos discos serem substituídos pelos CDs, que foram substituídos pelo iTunes, que ainda não consegue derrotar a pirataria. Mas, discos são coisas de tempos simples, onde tínhamos de correr a cidade inteira até achar algo raro que ninguém usa mais. Da próxima vez que for no bairro Liberdade, pergunta se já não veio riscado da fábrica.


"Operação Thunderbolt - Capítulo 2"

Voltando da pausa, nossos heróis são ameaçados pelo Ivo Holanda e sua armadura de two metros. Numa amostra de coragem, Al usa seus poderes de sair de cena pra se mandar, deixando Andrea à mercê do pior troll da televisão brasileira! Seria Al um grandissíssimo covarde?

Para surpresa de ninguém, o cientista velhinho é mais mau que a Maga Patalógika e tranca a morena numa cela porque, que base do mal não tem uma ala só para visitas indesejadas e membros da imprensa? A preocupação maior é torturar o pobre garoto inocente, mas, se fosse os cientistas dessa joça, eu pensaria duas vezes. Andrea não tem um grampo de cabelo pra abrir a cela e não sabe o que fazer, quando Ivo Holanda volta à cena! Este cara poderia fazer o favor de não sair do SBT?

Ah, é apenas o Al depois de afanar uma das armaduras dos bandidos! Escapar seria moleza se ele não tivesse disparado o alarme. Isso leva a reencontrar o Ivo Holanda, que trouxe o Canarinho e o Batoré com ele! Antes que mais alguém da Praça apareça, Andrea deixa Al se virar com os caras e vai salvar o pobre garoto radioativo. Estaria ele bem?

Como isto é uma história em quadrinhos, ele não só está bem como ganhou superpoderes com a radiação! Pelo bem da história, ignorem que a radiação na verdade mata pessoas. Agora, com o garoto radioativo ao seu lado, os mocinhos batem em todo mundo e mandam a base da Destrap pros cafundós do brejo! Mas, e quanto ao novo aliado? Sacha, o garoto radioativo, explica em um só quadrinho como se meteu nessa farofada. E o Al já está com as provas de que ele é inocente, então, tá liberado.


Como Andrea é muito bem relacionada, ela prontamente comunica ao Collor o ocorrido. Sim, o Collor foi presidente. Chocante, não? Terminamos nossa história com Al oferecendo ao então presidente um test drive na armadura e Andrea olhando para o leitor como quem diz "olha, eu SOU paga pra isso, viu?".

Andrea, A Repórter #3.


Avaliação? Teria sido melhor ver o filme do Jackie Chan

E assim termina o último número. De longe, a mais fraca das três, mas digo isso porque chutar o balde e incluir basicamente uma origem de super-herói na terceira edição pareceu forçado. As duas revistas anteriores tiveram mais "pé-no-chão" em colocar bandidos comuns, que os personagens podem se virar pra derrotar de maneira razoável. Não faz este número ser de todo ruim, mas a história principal aqui pareceu algo que deveria ter ficado lá para a edição 10, se houvesse uma. Surpreso que o Amâncio assinou o roteiro, mas não desenhou a aventura principal, ficando só com a turma do Rocky.

No geral, se eu puder dizer, minha ordem de preferência é edição 2 > edição 1 > edição 3. A número dois tem o melhor equilíbrio possível: uma história para Andrea, uma para o Al, histórias curtas para Rocky e cia. A primeira fez um bom trabalho de apresentação, mas para o Al e o elenco de apoio, enquanto Andrea sai muito mais como uma chata que não se diverte e não tem amigos. E isso não é "personalidade forte", como li alguns dizerem. A edição dois corrige isso e a faz mais simpática. E a três, bom, já falei. 

Não posso dizer que me arrependo de não ter comprado essas três revistas na época, mas, tendo a chance de ler, minha visão mudou um pouco. Foi um bom trabalho pra se lançar em tempos onde a maioria esmagadora dos gibis de linha eram infantis, porém, nada muito diferente para os padrões daqueles anos. As histórias ainda são simples, sem enrolação e legais de acompanhar. Você não perde nada de um número para outro, exceto pela primeira edição. Se tivesse chance de falar com o Amâncio hoje, eu perguntaria que histórias ele havia planejado mais a frente, mas, o cara é famoso agora, então, nunca vou saber.

Num post no Facebook, li comentários sobre como seria se a série fosse relançada hoje. Minha opinião? Manter a coisa numa base serial, mostrando o desafio de ser jornalista estes dias. Torne a Arquivo uma revista virtual da própria Andrea, onde ela tem de desencavar e descobrir seus próprios furos e fazer o nome dela do zero. Alguém com defeitos, que muitas vezes pisa na bola por causa daquela expectativa jovem de fazer justiça e descobrir a verdade. Também, façamos dela alguém com uma dificuldade de socializar por estar sempre desconfiada. Ajudaria a integrar a turma do Rocky às histórias. O uso do elenco de apoio nessas horas humaniza o personagem.

Por exemplo, torne a Maria de Fátima da edição dois a sócia dela na Arquivo, onde uma faz trabalho interno no PC, dando orientações para a Andrea, que faz o trabalho remoto, cavando entrevistas e histórias. Façamos do Al um rival genuíno, alguém com a mesma meta, porque, infelizmente, graças aos celulares, há milhões de fotógrafos amadores por aí e fazer um trabalho profissional é difícil. Nas histórias originais, o Al é tão orgulhoso quanto a Andrea, então, antes de qualquer romance, parece uma boa vê-los disputando por um tempo, ou mesmo tendo o Al uma espécie de informante misterioso que ainda "salva" a Andrea no fim, mas sem tirar a independência dela nas histórias. Enfim, só ideias. Sim, os desenhos são meus, fiz só pra ilustrar.

Ok, com isso encerramos as aventuras da repórter e do fotógrafo. Próximo post vai demorar um pouco, mas já será sobre outra revista. Inté!

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