Change Kids #1
Noite, povo! Uma nova revista velha, pra amenizar o calor! Por aqui, pelo menos, tá um calor de rachar, minha rinite que o diga.
Primeiro, aquela pergunta besta, mas necessária: Alguém aí NÃO conhece os Changeman?
Claro que conhecem, até quem não gosta já ouviu falar ou sabe que existe. Changeman foi a 9ª série super sentai e um dos 4 super esquadrões (de 45 séries, sem contar bagulhos como Akibaranger) exibidos em nossas redondezas, fazendo um sucesso cabuloso em nosso país em finais de anos 1980, lado a lado com Jaspion. Mais conhecido por ter passado na finada Manchete, além da Record, CNT, Rede Brasil, TV Diário, Bandeirantes e, se der bobeira, volta a passar em algum canal perdido por aí.
É, foi uma febre. Com direito a bonecos feios, álbum de figurinhas, estojos feios, lancheira, comercial com relógio de transformação e, claro, quadrinhos.
A princípio, as histórias do Esquadrão Relâmpago eram só adaptações de episódios do seriado publicadas pela EBAL, com uma ou outra história inédita estrelando um monstro burlescamente inspirado em um episódio que todo mundo já viu, terminando com alguma piada sobre o Tsurugi fazendo discursos longos demais ou o Hayate sendo um fura-olho do caramba que merece uns tabefes.
Na EBAL, as revistas eram produzidas pelo Stúdio Velpa, algumas vezes com uma história de back up do Jaspion ou vice-versa. Entretanto, chegou uma hora que a EBAL e a Abril (Jovem) juntaram os trapinhos e, em 1991, lançaram o selo Jaspion Hero-Club e, com ele, a revista O Fantástico Jaspion, puxando mais pro lado dos comics. Lógico que os Changeman seriam os próximos, né?
Não exatamente.
O quinteto passou a ter histórias secundárias na revista do Fantástico Peter Parker (porque o Jaspion foi desenhado como o alter-ego do Homem-Aranha por nove edições, coisa que nunca vou entender). Em vez de revista própria, o que a Abril e a Velpa fizeram? Decidiram lançar o spin-off Change Kids.
Pois é. Co-criados pelo finado Rodrigo de Góes, os Change Kids foram uma mistura dos Combo Rangers com a Turma da Mônica e MAIS uma das muitas revistas infantis que a Abril colocava em campo pra driblar a garotada do Maurício que, na época, estava com a Editora Globo. A mesma que publicava os gibis do Chaves, Chapolin, Menino Maluquinho e Turma do Arrepio. Surreal.
Em tempo, Change Kids era bom? Erm...Leia o primeiro número e me diga depois.
"Salvando o Verde"
O ano é 2025. Uia, não é que tá pertinho? O panorama geral é tão utópico, que crianças brincam de pião, quebra-cabeças e com naves espaciais de brinquedo que esguicham água por controle remoto, em vez de passar o dia inteiro no celular ou no tablet.
Nesse ano em que o super sentai de número 47 ainda está em projeto lá na TOEI, vivem cinco crianças: Dragon, Grifon, Pegasus, Mermaid e Fênix. Só pelos nomes podemos adivinhar que os pais dessa gurizada eram fãs hardcore dos Changeman e acharam que não teria problema batizar seus pimpolhos de Dragon Edmilson Carvalho, Maria Mermaid Petúnia das Candongas e por aí vai, porque pais são trolls da pior espécie quando têm a chance.
Em seus monitores do tempo em que trabalhava como editor de imagem no SBT, o velho não consegue captar nem o Alf, quanto mais aliens desmatadores, então, o jeito é conferir na fonte. #PARTIURESERVA! Via teleporte, porque jornal impresso e tecnologia de teleporte podem coexistir sem conflito.
Chegando lá, as crianças descobrem que os astutos aliens colaram fotos nas câmeras, para ninguém notar que eles estão no seringal o dia todo, tirando leite do...
Alien Goiabento: "Todo mundo de volta pro trabalho, seus filhotes duma chorofompila caolha, a madeireira do planeta mãe tá esperando a matéria prima dos palitos de fósforo"!
Alien Goiabento: "Eu devia ter ouvido o papai e entrado pro Detran em Vênus".
"Change Kids..."
...na lavanderia da Dona Assunção, porque super-herói não tem desculpa pra andar por aí de uniforme fedendo a suor e bolacha.
"Urgente"
Pequeno Grifon (que mais parece um pequeno Pegasus) tem uma urgência urgentíssima e precisa de um campo de força pra já! Daqui há cinco anos, goleiros não só ainda são frangueiros, mas também são uns apelões miseráveis...
"Gyodai..."
...passeia de boas pelo Bairro do Limoeiro, quando vê uma gatinha humana na área. Como é o futuro e furries tão em jogo, ele vai lá, mas um monstro espacial aleatório tomou a dianteira! Ora, quantidade não é qualidade e tamanho não é documento! Especialmente se você tem um raio de olho gordo dentro da boca.
"Dando conta do recado"
Monstro gigante! Sabem o que isso quer dizer? Change Robô, decolar!
Bora pra briga! Já dura duas páginas e nosso robô tá tomando uma sova. Normal até aí, mas a revista está no final e precisamos terminar a briga com um ataque especial: Tropicão Relâmpago! Bom, o importante é que funciona e o robô mereceu o vale-transporte.
Pois é. Tentei deixar divertido. Acho que só durou 7 edições por uma razão. MEU DEUS, como era chato. Não chega a ser horrível, mas dificilmente valeria aquele dinheirinho suado da merenda. Mesmo depois do cancelamento, as revistas de atividade da EBAL continuaram por mais um tempo, antes de sumir. Agora, porque não vingou?
O boato é que alguns artistas da MSP trabalharam na revista e, quando o fato chegou na oreba do Maurício, feliz ele não tava. O resto, creio que não tem importância.
Em tempo, ainda tenho mais um número de Change Kids aqui comigo para um post futuro, porém, quem quiser conferir as edições 1 a 4, pode baixar aqui.
Fim de papo! Voltamos semana que vem com mais Khin, o samurai porteiro de casinha de bonecas!
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